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T. S. Marcon's avatar

Talvez o fato de que podemos hoje ouvir qualquer música desejada a um ou dois clics de distância tenha tornado o ato de ouvir música um pouco menos sagrado e algo mais mecânico. Na década de 80, lembro, deixávamos uma fita cassete engatilhada no tapedeck nas teclas play-rec-pause, só esperando a rádio tocar o desejo daquela semana, daquele dia. Além da questão da grana, da impossibilidade de se ter todos os discos que o coração almejava, havia o intervalo entre o lançamento do álbum e sua chegada nas lojas de discos (ainda mais numa cidade do interior gaúcho). À beira do 3 em 1, éramos caçadores de fugacidades. Praguejávamos contra vinhetas poluidoras, ou locutores que adoravam atropelar o fim da canção. Agora o streaming nos dá o gozo imediato, mas com isso também mata uma parte da experiência, ao suprimir o velho tempo de espera, o tempo da posse, onde o desejo ia se complexificando com outras camadas de significação.

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Danilo Suzuki's avatar

Muita gente fala da crise dos 40, mas acho que não chega a ser crise. Entendo que dos 40 em diante deixamos de fazer questão de acompanhar o mundo e ele vai ficando diferente daquilo que gostamos e estamos tão acostumados. Com 41, minha playlist é basicamente a mesma de 20 anos atrás e vejo o mainstream musical como um fluxo ininterrupto de lixo (Lol!).

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