Nevoeiro visual + história de ressentimento
Como podemos salvar o que não vemos?
1.
Oi, pessoal, tudo bem? Queria avisar aqui que essa edição é um experimento audiovisual, com duração de uma música pop. Para quem ainda não sabe, criei um canal no Youtube há dois meses, e estou o alimentando no modo slow living e seguindo o preceito + cuidado, - produtividade.
O vídeo novo foi filmado em uma viagem de aniversário no lindíssimo condado de Humboldt, Califórnia.
2.
Sim, o desastre climático está aí e há razões de sobra para não conseguirmos dormir à noite, mas acho que minha contribuição para esse mundo é ajudar as pessoas a enxergarem a natureza. Como é que podemos salvar o que não vemos?
3.
Não sou uma pessoa de guardar mágoas e ressentimentos, nem de ficar me congratulando por ter dado a volta por cima – preferindo em geral a auto-depreciação e as neuroses –, mas hoje estou com vontade de contar uma coisinha talvez meio besta, talvez muito ilustrativa, que por algum motivo eu nunca esqueci. A história acontece na faculdade de comunicação e envolve homens muito seguros de si. Naquele semestre, fazíamos uma disciplina de cinema, e a turma se envolveria na realização de um curta-metragem, do roteiro à finalização. Claro que esse grupo de homens muitos certos de seu talento audiovisual abocanhou os postos considerados mais criativos e valiosos, deixando para mim a função de diretora de arte. Nada contra, que fique muito claro. Acho uma função importantíssima, mas, naquele contexto, direção de arte não era nada mais do que trocar uma cadeira de lugar e descolar um abajur legalzinho com a titia. Eu já escrevia na época, e escrevia bem, mas quem me dizia isso eram sempre as mulheres.
O filme ficou muito ruim, e acho que a experiência de ter sido rejeitada – ou invisibilizada, acho que dá no mesmo – me traumatizou por um longo tempo. Ainda assim, ao longo das décadas dei umas flertadas com o audiovisual, mas só o que levei foram esnobadas gerais. A única pessoa que um dia acreditou em mim nesse campo foi, adivinha, uma mulher.
Por isso tô feliz agora por ter tocado o foda-se e decidido fazer esses vídeos, sem vergonha e sem esperar pela validação de ninguém.
4.
Por último, um recado: o encontro do Clube Nevoeiro vai acontecer no dia 30 de setembro, às 19h. Nosso convidado é o roteirista Murilo Hauser, que trabalhou na adaptação de Ainda estou aqui e A vida invisível. E, no dia 14 de outubro, discutiremos o romance A trama das árvores, do Richard Powers, livro do qual sou fã e tive a honra de traduzir. O livro é grande, portanto espero que vocês já estejam lendo :)
5.
Se você quer virar assinante pago para participar dos encontros – ou simplesmente porque quer contribuir com o projeto Nevoeiro –, o botão tá aqui embaixo. Caso prefira não usar cartão e queira fazer pix, fale comigo. Até!




Estou na metade do Trama. Economizando pois não quero acabar… adorando demais!! E 🌹 O vlog está maravilhoso. ❤️
Acabei de assistir a dois vídeos do teu canal e adorei. Me transmitiu muita paz. Foi um momento de prazer e conexão. Obrigada.